A "doença dos sonhos"

Quando se tem a doença dos sonhos, tudo é muito e tudo é pouco. A vida é demais, espectacular, cheia de mil e uma coisas para fazer, nem sabemos o que queremos fazer primeiro!!! Mas a vidinha linear é pouco, entediante e, inevitavelmente, vazia.

A vida é muito mais do que o passar dos dias, tudo o que seja o quotidiano sabe a pouco.

Anda-se sempre com o bichinho, a sonhar, a inventar e a dançar uma música que só se ouve cá dentro.

Às vezes chora-se, fica-se triste, de olhos em baixo e quase a fazer beicinho, porque, de repente, a vida parece cinzenta e quase que nos faz desistir de sonhar. Porque o Monstro do " É assim, as coisas são mesmo assim" ou o outro Monstro do " A vida é mesmo isto, estás à espera de quê?" quase que nos apagam o brilho. E muitas vezes estamos sozinhos, porque nem todos procuram o mesmo que nós.

Mas depois ouvimos uma música, lembramo-nos de qualquer coisa e o bichinho volta a falar! E começamos outra vez a inventar, a querer dar mais um passo e a escapar dos dias todos iguais cheios de certezas. E ficamos todos contentes!!!

Andamos muitas vezes com dúvidas, questionamos, nada é definitivo, nem a ideia que temos sobre as coisas.

Andamos que nem crianças a divertir-nos com coisas parvas, que só os nossos amigos, como nós, conseguem entender.

Gostamos das coisas simples, mas estamos sempre a tentar viver mais qualquer coisa.

Porque estamos cá só uma vez. Porque a vida é como a música... muito mais que notas escritas em papel.

Sonhar dá trabalho, é arriscado, faz-nos ter que escolher, que batalhar...

A todos os que me ajudam a sonhar e que sonham comigo.