Tuesday, November 11, 2008

Ontem estava a pensar na quantidade de pessoas que passaram pela minha vida até agora. Muitas, mais que muitas...
Uns como amigos, outros como namorados, conhecidos, professores, colegas, empregados de cafés habituais, enfim...
Na verdade, são poucas as pessoas, para além da família, que assumem lugar constante na nossa vida. Muitas delas "desaparecem" pelas contingências da vida, por mudança de hábitos, por começarmos a frequentar outros sítios, enfim, circunstâncias. Obviamente, as circunstâncias valem o que valem. As pessoas muito importantes, as amizades valiosas, resistem para além das circunstâncias. O mesmo se passa com os amores. Como em tudo, o que é grande não cai facilmente.
Depois há outras pessoas que desapareceram pela escolha quase inconsciente que fiz. Não uma escolha racional, imediata, mas antes uma progressiva perda de interesse e falta de disponibilidade. Pessoas que, por um motivo ou por outro, me desiludiram, magoaram. Estes casos são provavelmente os mais tristes. Quando é necessário voltar atrás, "desinvestir" em alguém, porque a pessoa já não é a mesma aos nossos olhos. Há vezes em que estes processos podem ser confundidos com rancor, mágoa ou incapacidade de perdoar. No entanto, sempre tentei ser fiel ao que sinto. Enquanto sinto, perdoo, tento ser tolerante. Quando, de repente, deixo de sentir, apercebo-me que as coisas não voltam mais atrás. E nessas alturas, percebo como tudo pode ser frágil e efémero. Porque ninguém faz de propósito quando isto acontece. Simplesmente, os sentimentos são preciosos, porque existem naturalmente, porque acabam quando não se cuidam.
Não se pode gostar de toda a gente. A amizade, o amor, não são sentimentos gratuitos, senão, nunca acabavam. E não dá para ser amigo de toda a gente. Por um lado, porque não dá para estar 100% disponível para toda a gente, temos que seleccionar. Guardar o nosso melhor para alguns. Existem ainda algumas situações, em que para sermos "nossos" amigos, temos que deixar de ser amigos de outras pessoas. Para gostarmos de nós, temos que desistir de gostar de outros.
Infelizmente, ou não, assim como escolhemos a roupa, a comida, a casa, também acabamos por escolher as pessoas que continuam a rodear-nos, que queremos continuar a acompanhar. Para vivermos no mundo que sonhámos, aquele que fomos escolhendo.

1 Comments:

Blogger Stuck on the Rock said...

Como sempre, ou pelo menos como seria de esperar, nao posso estar de acordo...
Nao escolhemos os amigos (era tao bom as vezes que assim fosse), as amizades criam-se por si so! Por vezes pensamos que escolhemos, pensamos que fazemos, mas quando nos apercebemos ha uma ligacao. E como as paixoes, como os sonhos, como o que quer que seja que temos de lidar nesta estrada que e a aventura de uma vida!
E ainda bem que assim e... ou entao alguns estariamos bem tramados (falo por mim!), uma vez que na maior parte dos casos as escolhas saem furadas...

Wednesday, November 26, 2008  

Post a Comment

<< Home